Polícia investiga caso de deficiente que foi preso e desapareceu em Maranhãozinho.




A Superintendência de Polícia Civil do Interior (SPCI) investiga o caso do deficiete auditivo e mudo Edevaldo Rocha, de 28 anos, que foi preso em uma festa, no município de Presidente Médici, no último dia 15 e está desaparecido. O rapaz, que também possui problemas mentais e toma quatro tipos de remédios controlados por dia, foi levado junto com um grupo de amigos adolescentes para o Destacamento de Maranhãozinho. Policias militares suspeitos de envolvimento no desaparecimento foram intimados na terça-feira (22) para prestar esclarecimento.

Segundo a lavradora aposentada Maria Raimunda Rocha, de 62 anos, mãe de Edevaldo, no dia 15 de novembro seu filho fugiu de sua casa, no município de Nunes Freire, para ir a uma festa na companhia de amigos vizinhos, adolescentes, em Presidente Médici. Um policial militar, identificado como cabo Neli, teria informado à mulher que o filho dela havia se envolvido em uma baderna na festa, por volta de 1h já do dia 16, e por esse motivo foi preso e conduzido, juntamente com os outros jovens que participaram do fato, para o Destacamento de Maranhãozinho.

Conforme a lavradora, somente depois de muito procurar o filho, uma vizinha, mãe de um dos adolescentes que estava com Edevaldo, identificada como Cíntia Borges, chegou à sua casa informando que havia encontrado Edevaldo em uma cela do Destacamento de Maranhãozinho, ao procurar por seu filho no local. “Ela me contou que meu filho, gesticulando, pedia para sair de lá, mas que os policiais não haviam permitido que Cíntia o trouxesse. Edevaldo ainda disse que aos militares que ele era deficiente, que não escutava e nem falava, mas não adiantou. Os PMs disseram que só o entregariam para a família. Fui lá, na mesma hora, mas quando cheguei fui informada que já tinham liberado meu filho”, detalhou Maria Raimunda.

De acordo com a aposentada, todos os adolescentes que foram presos com seu filho foram liberados às 6h do dia 16, e só Edevaldo permaneceu na carceragem. Às 10h do mesmo dia, foi quando ele foi visto por Cíntia e, às 15h, Maria Raimunda foi buscá-lo, mas não estava lá. “Perguntei como meu filho estava para um dos policiais, e ele me disse que estava bem e que quando foi solto saiu correndo que nem mesmo uma bala o pegava. Pedi para ver a cela em que Edevaldo estava e ela havia sido lavada com água sanitária. Ao perguntar por que a cela tinha sido lavada, eles me informaram que era um procedimento normal”, contou a lavradora.

A família começou a distribuir cartazes com foto do rapaz, na tentativa de obter alguma informação. A primeira delas foi que Edevaldo havia pegado um carro, na porta do local onde ficou preso, que iria para Santa Inês. “Soubemos depois que ele desceu em Araguanã e fomos à procura, mas não encontramos. Depois recebi uma ligação de que tinha sido visto na rodoviária de Santa Inês e fui para lá também. Fui ainda para Bacabal, Caxias e Caxuxa”, revelou Maria Raimunda.

De volta a Nunes Freire, Maria contou que pediu ajuda para o major Deça, que disponibilizou uma viatura para as buscas, mas ao solicitar o veículo um policial militar da cidade, cujo nome ela não soube informar, teria dito que a aposentada precisava colocar combustível no automóvel. “Coloquei R$ 50 e ele ainda me abandonou em Araguanã, sem ter como voltar para casa, alegando que tinha uma diligência”, detalhou a lavradora.

Em São Luís – Depois de não obter resultado em sua cidade, a aposentada decidiu vir para São Luís, em busca de ajuda. Ela foi até a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA) denunciar o fato, onde foi assistida por uma equipe dos Direitos Humanos. Em seguida, se dirigiu ao Comando Geral, mas não teria sido recebida pelo comandante, coronel Franklin Pacheco, que estaria em uma reunião.

 Fonte: Jonal Pequeno

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